Apresentação

 

 

Prezados amigos,

 

 

mais uma vez temos o prazer de compartilhar com vocês um novo número de nossa Lumen et Virtus: Revista Interdisciplinar de Cultura e Imagem que vem repleta de artigos instigantes e de grande relevância para os estudos das humanidades!

A grande pesquisadora imagética brasileira, Annateresa Fabris,  mostra-nos como a obra literária Dilili em Paris, de Michel Ocelot, propõe-nos um passeio pela metrópole da Belle Époque e alguns de seus marcos artísticos e culturais. A celebração desse período é, porém, unilateral, pois o diretor escamoteia a exploração colonial e o processo de animalização dos povos dominados.

Por sua vez, Kátia Hallak Lombardii, seguindo a linha palavra-imagem, tem como objetivo pensar possíveis articulações entre escrita e fotografia. Para isso, recorre a Susan Sontag, Roland Barthes e Walter Benjamin. A pesquisadora propõe um duplo movimento: refletir sobre a influência da fotografia em textos de autores como Marcel Proust, André Breton, Roland Barthes e Walter Benjamin; bem como abordar de que maneira a imagem fotográfica é abordada em textos literários e ensaísticos, observando como se processa a incorporação da literatura em obras fotográficas.

No campo literário, o pesquisador Valdemar Valente Junior visa a detectar elementos referentes à patologia sexual como parte integrante do Naturalismo tendo como referência o romance Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha, de modo especial como um episódio rumoroso que tem sexo e morte podem levar ao aviltamento do ser humano.

Ainda no campo das letras, José Osmar de Melo aborda a poética da ruína na obra de Lima Barreto, Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá. Busca, dessa maneira, mostrá-la como manifestação das figurações da morte no plano do enunciado e da enunciação da narrativa do escritor carioca, cuja literatura, além de se revelar como a aventura, o exercício e a astúcia diante da imediatidade perdida, constitui-se, também, como um consciente e autoconsciente exercício de linguagem, fundamentado no ambíguo (des)velamento das artimanhas da criação ficcional.

Já os pesquisadores Daniel de Mello Ferrazi e Gabriela Hikari Tomizukai demonstram que, desde a pedagogia crítica de Paulo Freire, o conceito de língua e ensino de língua (materna e estrangeira) vem sendo reconfigurado de modo a não se focar tanto nos seus aspectos estruturais, mas reconhecendo-a como uma prática social situada em um contexto sócio-histórico específico. Assim, propõem que os professores de inglês repensem suas práticas educativas de modo a integrar o letramento crítico em suas aulas, por meio da exibição de filmes populares.

Por sua vez, os pesquisadores Adalberto Luis Vicentei e Rangel Gomes Andradei buscam revisitar, criticamente, duas das mais importantes teorias da cibercultura produzidas, respectivamente, nos anos 1990 e 2000: de um lado o filósofo franco-canadense Pierre Lévy, de outro o sociólogo brasileiro André Lemos, tendo como aporte a leitura do filósofo e teórico crítico brasileiro Francisco Rüdiger.

Para encerrar, Sérgio Claudio de Sousa busca, em seu ensaio, tratar sobre a questão da numismática, de modo especial a bíblica,esclarecendo a relação da moeda sob uma perspectiva teológica, utilizando-se para tanto a linha filosófica iniciada por Heidegger, passando por José Ortega y Gasset, com o ápice em Xavier Zubiri.

 

 

Saudações acadêmicas!

 

Prof. Dr. Antônio Jackson de Souza Brandão

                                 Editor