o artista com a palavra:                                      seção de entrevistas

 

Um narrador de histórias por meio de imagens

 

Entrevista com desenhista, pintor e cenógrafo paraibano

FLÁVIO TAVARES

 

Mariana da Cruz Mascarenhas

 

Um artista de múltiplas referências que se define como um contador histórias: assim podemos descrever o desenhista, pintor e cenógrafo Flávio Roberto Tavares de Melo, conhecido como Flávio Tavares, nascido em João Pessoa, na Paraíba, no dia 15 de fevereiro de 1950. Filho de desenhista – seu pai, Arnaldo, também era médico – e neto de um notável fotógrafo, Pedro Damião, Tavares iniciou sua carreira artística ainda muito jovem e exibiu sua primeira exposição com apenas 18 anos de idade. Desde então, não parou mais, expondo trabalhos por diversos locais do Brasil e do exterior. Muitos de seus desenhos e pinturas destacam-se por exaltar as riquezas singulares do nosso país e também por constituírem como mensagens de crítica social e política. Em meio às cores e aos traços de suas obras, identificamos elementos ligados as nossas raízes como o folclore, a vida boemia dos grandes centros urbanos, o forte papel da mulher na sociedade, entre inúmeros outros contextos. Alguns minutos de contemplação dos trabalhos de Tavares nos permitem adentrar no mundo de renomados escritores, pintores, cineastas e outras importantes referências nacionais e internacionais que o influenciaram e continuam a influenciá-lo na produção de suas obras. Basta alguns minutos de conversa com o artista para que ele nos leve ao mundo de Gabriel García Márquez, Jorge Amado, Fellini, entre outros, e compreenda melhor como sua relação com eles transcende para as imagens retratadas em seus trabalhos. No entanto, Tavares ressalta como cada pintura ou desenho deve traçar seu próprio caminho, sem ser condicionado a esta ou aquela referência para que a obra seja, sempre, livre. Mas, não podemos nos esquecer, obviamente, de que a imagem, embora trace seu percurso, nunca estará totalmente dissociada do seu autor. Assim também ocorre com o artista paraibano que, ao nos contar um universo de histórias que permearam sua infância e o marcaram para sempre, ressalta, também, como elas estão presentes nos personagens desenhados e pintados por ele. Nesta entrevista concedida a Lumen et Virtus, o artista conta um pouco de sua trajetória, aborda a riqueza de artistas presentes no Nordeste e ainda pouco conhecidos pelo resto do Brasil, cita renomadas influências que, de alguma forma, fazem parte de seus trabalhos, narra as experiências vividas no período em que foi chargista crítico da ditadura militar e explica a riqueza de detalhes presentes numa de suas obras mais recentes e de grande repercussão chamada Brasil, o Golpe: A Ópera do fim do mundo. Vem conferir!  

 

 

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