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A MÁSCARA COMO RASTRO DO ROSTO: ANOTAÇÕES A PARTIR DE PINTURAS DE YOKO NISHIO

 

Fábio Barbosa da Silva

 

A obra da pintora contemporânea Yoko Nishio nos coloca em frente a pinturas que exploram a imagem de modelos de forma peculiar. Os quadros da pintora carioca retratam figuras com a identidade rasurada pelo capacete que se coloca no lugar do rosto daqueles que estão sendo representados. O bloqueio da identidade é tema recorrente em duas séries da artista, Praesidium (2016/2017) na qual retrata cenas capturadas pelas câmeras de segurança em momento de erupção da violência urbana que nos assola, e Enquadramentos de Bertillon (2018) que retrata modelos de frente e de perfil aos moldes do que foi proposto por Alphonse Bertillon na França século XIX como forma de fichamento dos criminosos da época. Partindo da obra de Yoko Nishio e do pensamento de Giorgio Agamben, buscaremos investigar a relevância do rosto nas formas de construção de identidade, e como a biopolítica busca a todo momento retirar a subjetividade de nossos rostos, tornando assim os corpos apenas um conjunto de traços facilmente identificados perante a lei.  

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