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NO INTERLÚDIO DA IMAGEM: ICONOCLASTIA E ICONOFAGIA NO NEOPENTECOSTALISMO BRASILEIRO

 

Jorge Miklos

Tatiana Penna

 

A contenda em torno das imagens é recorrente na história das religiões patriarcais monoteístas. Desde os primeiros séculos do cristianismo, no movimento iconoclasta bizantino e na reforma protestante do século XVI, a discussão religiosa acerca do significado e da (in)tolerância do uso das imagens nos cultos religiosos, atravessou os debates teológicos e filosóficos.  Durante a Reforma Protestante, calvinistas invadiram igrejas com a finalidade de destruir imagens, ícones, esculturas e obras de arte católicas. Assim, se no passado pelo protestantismo temos nas grandes religiões monoteístas (islamismo, judaísmos e cristianismo) a supressão do culto as imagens, “representar a Deus por meio de imagens é corromper a sua glória  (CALVINO, s/d, p.97), na cena contemporânea com a difusão tecnológica dos meios de comunicação massiva, o neopentecostalismo midiático moldado na sociedade do espetáculo e do entretenimento passa a incorporar linguagens e ícones em seus rituais religiosos na propagação de seus produtos num processo iconofágico, devorador de imagens técnicas.

 

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