Foto: Agência Brasil/Tânia Rêgo

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AMOR PATOLÓGICO: ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS MULHERES QUE AMAM DEMAIS SOB O OLHAR DA PSICANÁLISE E DA TEORIA DO APEGO

 

Gerson Heidrich da Silva

Daniel Mares Dias

Juliana Maria Fernandes

 

O objetivo deste artigo é apresentar os resultados de um estudo, realizado a partir de uma revisão bibliográfica, sobre os aspectos psicológicos mais proeminentes em mulheres dependentes de relacionamentos afetivos ou mulheres com Amor Patológico (AP). Para isso, esses aspectos foram divididos em termos de emoções, pensamentos e sentimentos, a fim de compreendê-los melhor de acordo com suas especificidades. Além disso, o estudo buscou avaliar de que forma esses aspectos psicológicos se manifestam e podem ser reconhecidos por meio dos comportamentos dessas mulheres, pensando a formação desse fenômeno ainda durante o período da infância das mesmas. As fontes consultadas indicam ser este o momento a partir do qual os elementos subjetivos e o tipo de vinculação estabelecido com suas figuras parentais estabelecem as bases cognitivas e emocionais que sustentam o comportamento dependente, ecoando, então, quando não devidamente elaborado, inclusive sobre sua vida adulta. Há pesquisas que apontam a existência de fatores relacionados com a dinâmica familiar do sujeito, mais especificamente no tipo de contato com os pais durante a primeira infância, como fatores que contribuem para a formação de concepções distorcidas sobre o amor. Juntam-se a isso elementos culturais muitas vezes favorecedores de apego e vínculos doentios, dificultando a elaboração dos lutos básicos para a constituição de um sujeito capaz de tolerar frustrações. Além da psicanálise como base teórica para a construção dessa pesquisa, foram utilizados elementos da Teoria do Apego de John Bowlby. A perspectiva de ambas em relação ao fenômeno do Amor Patológico foi discutida, em termos de diferenças e semelhanças, durante a análise e discussão dos resultados do estudo. Compreendem esse Amor como um fenômeno originário das relações objetais/primárias do sujeito, cujos desdobramentos acompanham seu desenvolvimento até a fase adulta.

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