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O SUBMERSO NA “TRANSA” DE ALCIENE RIBEIRO

 

Eunice Prudenciano de Souza

Natália Tano Portela

 

Por meio desta análise, considerando as peculiaridades da escrita de autoria feminina, baseando-nos no princípio do iceberg, de Ernest Hemingway, e nas teses sobre o conto, de Ricardo Piglia, tratamos da condição da mulher e sua relação com o homem no conto “Transa”, de Alciene Ribeiro. Nesse conto, é estabelecido um diálogo entre uma mulher viúva e um rapaz, no qual eles negociam as condições de uma relação sexual que a viúva intenta contratar com o jovem. Apesar de parecer que o conto trata de uma mulher liberta, “dona do próprio nariz e do meio das suas pernas”, é possível encontrar, no discurso, marcas que denotam a submissão da viúva em relação ao jovem. Tais marcas desvelam a segunda história do conto, segundo a qual a mulher busca, mais do que uma transa, uma companhia. Percebe-se, no que diz respeito à sexualidade, que a mulher pode ter buscado uma liberdade equiparável a do homem, sem, no entanto, ter conseguido desenvolvê-la satisfatoriamente.    

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