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A MORTE DO SER E O “RE-SER” EM “PÁRAMO”, DE GUIMARÃES ROSA

 

 José Antônio Braga Pereira Júnior

 

O presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise da relação do tema da morte na narrativa de “Páramo”, de João Guimarães Rosa, tendo como base as concepões de Levinas (2000) acerca da relação do Ser com a morte em comparação com a teoria de Heidegger que postula a concepção do ser-para-a-morte. Publicado em Estas Estórias (1969), “Páramo” é considerado uma “estranhidade” dentro do conjunto da obra de Guimarães Rosa, por ser um dos textos mais autobiográficos do autor e por ser ambientado no espaço urbano de uma cidade estrangeira. Nesta narrativa, um embaixador brasileiro é enviado a uma cidade andina para cumprir deveres diplomáticos, e, após se chocar com a alteridade do lugar, ele começa a viver um processo de descentramento de sua identidade, que culmina com o sentimento de morte e a necessidade de renovação do ser. A nossa pesquisa de “Páramo” se faz relevante na medida em que traz para a análise de “Páramo” novas discussões da relação da inevitável relação que se estabelece entre o eu e o outro no que tange ao tema da morte no texto de “Páramo”, de modo a refletir os desdobramentos filosóficos e culturais decorrentes da relação conflitante entre as perspectivas filosóficas de Levinas e Heidegger, as quais se manisfestam nas entrelinhas dessa narrativa de João Guimarães Rosa. 

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