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AYA DE YOPOUGON: ROMANCE GRÁFICO E RESISTÊNCIA FEMININA NA ÁFRICA SUBSAARIANA NOS ANOS SETENTA

 

Déborah Alves Miranda

Josilene Pinheiro-Mariz

 

A África subsaariana vivenciou, nos anos de 1970, um importante avanço quanto à luta feminista. Tal movimento influenciou escritoras que, por diversos vieses, têm se expressado, sobretudo pelas linhas da ficção e gêneros literários distintos. Dentre esses gêneros, destaca-se a narrativa gráfica enquanto uma expressiva forma para manifestar resistência ao patriarcado e também como consciência a respeito da condição feminina. Autoras africanas como como a marfinense Marguerite Abouet, têm realizado uma importante trajetória enquanto agentes na reconstrução da imagem da mulher, que vem sendo vista, tradicionalmente, de forma estereotipada nos demais continentes. Por essa ótica, neste artigo, intentamos analisar como a personagem Aya, do romance gráfico Aya de Yopougon, de Abouet ocupa um lugar respeitável, no sentido de estimular a resistência condizente com o pensamento feminista dos anos de 1970. Para estas reflexões, ancoramo-nos nos estudos de Huannou (2001) e Chevrier (1999) discutindo o lugar da mulher nas narrativas africanas, ponderando sobre personagens e a produção literária de escritoras. Resultados revelam a personagem Aya como um arquétipo do pensamento feminista dos anos setenta, travestindo-se em extraordinária porta-voz da mulher em sua sociedade, ressaltando a força dos movimentos sociais que resistiam às repressões políticas da época.   .    

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