Apresentação

 

Prezados amigos!

 

É sempre com satisfação que, mais uma vez, estamos aqui para compartilhar informação e conhecimento, muitos dos quais resultados de anos de pesquisas e árduo trabalho acadêmico!

Estamos atravessando, como sempre ocorre de tempos em tempos, um período de incertezas e indefinições, porém isso não deveria representar tamanho estranhamento, visto que temos a história que nos ajuda a compreender como tais acontecimentos são, de certa forma, recorrentes.

Ao vislumbrar, por exemplo, a ascensão da direita tanto no Brasil como no mundo, é difícil não tecer paralelos com aquilo que ocorreu na Europa no pós Primeira Guerra Mundial e, de modo especial na Alemanha da República de Weimar.

Período abordado pelo artigo do professor Anderson Roszik que tratará do papel do crítico literário alemão Kurt Tucholsky que atuou nos anos iniciais daquele momento marcado pela instauração de um novo sistema político no país – a república – e a consequente fase de desarmonias sociais e culturais no mesmo.

A pesquisadora Jane Silveira de Oliveira, por sua vez, nos leva ao outro lado do Atlântico, aos Estados Unidos às vésperas da Segunda Guerra, para nos mostrar como a coreógrafa e bailarina norte-americana Martha Graham criou o balé American Document, no qual revisava a história do país, ao propor uma discussão sobre questões sociais relacionadas àquele momento de tensão política. Nessa obra, dança moderna e texto falado se combinavam, por meio do procedimento de montagem, formando um panorama crítico dos principais eventos que levaram à formação da identidade americana.

De volta ao campo histórico-literário, a professora Mariese Ribas Stankiewicz, ao abordar uma cena da peça Speaking like Magpies, do dramaturgo irlandês Frank McGuinness, faz uma análise da transposição de textos históricos ao teatral, ao verificar como a apropriação de fragmentos da biografia do Rei James I alavancou a questão da ficcionalização da história.

Já Yuri Garcia nos mostra como a ficção é que faz a história ao analisar a imagem do vampiro na contemporaneidade. Habitando nosso imaginário desde o medievo, este ser alcança sua potência a partir da literatura gótica e por sua difusão pelo cinema, chegando hoje a ser considerado uma tendência e um produto de alta rentabilidade.

Ainda no campo das letras, os pesquisadores Maria Auxiliadora Fontana Baseio e Vanderlei Fernandes Barreto procuram demonstrar como o despertar para a leitura é atemporal; e, portanto, deve ser incentivado a todo momento, em qualquer nível de educação, pois se incentivada, possibilitará ao aluno a percepção de que pode construir outras formas de compreensão, relacionando, interdisciplinarmente, áreas do saber na resolução de questões complexas.

No campo das artes visuais e iconológicas, o pesquisador português, Luís Casimiro, trata da questão da iconografia da água e de sua relação com certos episódios bíblicos, cujo tema esteja presente. O professor demonstra como tal importância extrapola o da origem de vida e de elemento indispensável para a sobrevivência humana, devido a seu valor simbólico e que decorre da experiência cotidiana do povo hebreu para o qual o elemento surgia de forma ambivalente.

Ainda inseridos no campo iconológico, a professora Ana Aparecida Teixeira de Souza apresenta-nos um estudo da obra dramática El mármol de Felisardo, do dramaturgo espanhol seiscentista Lopes de Vega, a partir da temática da loucura, além de estabelecer um diálogo entre a arte poética e a pictórica dos séculos XVI e XVII que tratam da mesma temática.

As pesquisadoras Graciela Ormezzano e Lorilei Secco, por sua vez, abordam as primeiras relações interculturais na América do Sul, como base de entendimento no processo de instalação da missão circular e os povos originários de Chiloé, ao descreverem e interpretarem os objetos presentes em cinco imagens fotográficas da igreja de Santa Maria de Loreto, considerando símbolos, arquétipos e mitos que povoaram o imaginário missioneiro.

No campo das imagens digitais, a pesquisadora Julia Cristina Granetto-Moreira apresenta os Objetos Digitais de Ensino e Aprendizagem (ODEA) e o Ensino a Distância (EaD), discutindo sobre os aspectos necessários para sua construção e enfatizando a linguagem imagética. Além disso, traz para a discussão como os ODEAs estão ganhando espaço nos contextos educacionais e, para isso, conceitua-os e apresenta os aspectos necessários para sua produção, dando destaque a linguagem imagética e sua importância em sua elaboração.

Por fim, temos o professor Valdemar Valente Junior que tece paralelos entre a ascensão de alguns setores do proletariado brasileiro, os quais atingiram o patamar da baixa classe média a partir de condições de acesso ao consumo decorrentes do aumento da renda e da ampliação do crédito, e a obra Luxúria de Fernando Bonassi.

 

Esperamos que todos apreciam sua leitura!

 

 

Saudações acadêmicas!

 

Prof. Dr. Antônio Jackson de Souza Brandão

                    Editor